sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Estudo econômico comprova:
Ano a ano, educação em BH sofre com precarização


Um trabalho do Instituto Latino-americano de Estudos Sócio-econômicos - Ilaese - comprova, em números, o que há muito já é conhecido pel@s trabalhador@s em educação, alun@s, pais e população: a educação em Belo Horizonte vem sendo preterida pelas administrações municipais em favor da formação de superávit.

Onde está o dinheiro ?

De 2002 até 2008, a arrecadação da PBH experimentou um aumento nominal de 114%, chegando à cifra de R$ 3,8 bilhões em 2008. Já a educação não pode sequer contar com os 30% que são determinados pela Lei Orgânica do Município (art. 160). Apenas uma média de aplicação de 18.48% da receita corrente líquida é feita anualmente. Muito distante das reais necessidades do município, que conta, inclusive, com o repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - Fundeb.

Conversa fiada

A propaganda eleitoreira garante a "inauguração" de Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis's) e escolas, quando, na verdade, tudo não passa de reforma da antigas creches conveniadas. A PBH, em inacreditável gasto em propaganda, afirma que há um grande aumento de "estudantes em tempo integral", cometem o sofisma de querer fazer passar a Educação Integral por uma capenga educação (?) integrada (?), o que reforça a conversa fiada eleitoreira, um tipo de neo-coronelismo que traz os menos afortunados economicamente como bestas de cabresto e escravos de ganho atrelados à uma eterna esperança clientelista. Faz da escola a última forma de "segurança social", como se fosse o papel da instituição ensino.

Educação de qualidade ? Para quê ?

Ainda prevalece a perversa e excludente opção pela categorização do ensino: ao chão de fábrica e serviços gerais, a escola pública; para o futuro supervisor, a escola particular de custo baixo; ao gerente de amanhã, as escolas particulares tidas como paradigmas e, finalmente, para os donos do poder, escolas que não custam menos do que R$ 1,5 mil por mês. Sim, elas existem. Basta olhar os alunos que chegam em automóveis blindados, após deixar seus condomínios cercados.

Estudante é tratado como valor contábil. Em todos os níveis e proporcionalmente ao que representam na pirâmide econômica: as crianças pobres, pés no chão, andam pelas ruas, seguindo orientadores (?) - e sofrendo todos os riscos - para "equipamentos urbanos" (praças, parques, etc). Já as ricas, tem a característica que lhes é própria, qual seja, a de dinheiro. Exatamente isto: como o dinheiro que circula bem cuidado em carros blindados, assim é com as crianças.

Política da fome

A média de 42% gastos com salários do servidor é mantida há muitos anos, o que revela um planejamento institucional que deseja este teto (ou menor, se possível), quando a lei de responsabilidade fiscal aponta um limite de 60%. Não há contratação de profissionais na proporção ideal. Professor@s das Umei's não tem esta denominação: são "educadores infantis"; auxiliares de biblioteca, secretaria e escola, são discriminados sistematicamente em salários, percentuais de aumento e em suas funções cotidianas.

Mentira como estratégia

A (tristemente) célebre frase: "Uma mentira, se repetida mil vezes, tende a tornar-se verdade", é a base administrativa da incompetência. Não é verdade - o estudo comprova - que a "crise" tenha abatido a economia da cidade. Ao contrário, houve um aumento de receita. O sofisma, disfarçado de "diferenças por método de cálculo", pretende iludir a população com medidas de rápido retorno eleitoral e impacto sentimental em detrimento de uma real administração responsável, que demanda investimento e trabalho sério e honesto.

Caronte timoneiro

Assim, obras visualmente impactantes são distribuídas e retribuem os financiadores de campanhas milionárias. Propagandas mentirosas transformam em verdade, na cabeça do eleitor, até mesmo o que ele vê ser mentira. E o panorama da educação transforma-se cada dia mais numa "barca de Caronte", levando trabalhador@s em educação e alun@s para o lugar no qual a PBH deseja vê-l@s.


O estudo do Ilaese pode ser solicitado ao SindRede/BH.
Também há uma cartilha-resumo que pode ser obtida
no sindicato ou baixada, acessando
o SITE DO SINDREDE/BH e clicando
em "
Cartilha Formação em Rede".

Um comentário:

Anônimo disse...

Mto bom o estudo do Ilaese! Pra quem quiser ver a versão da PBH da história é só entrar aqui:

http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/noticia.do?evento=portlet&pAc=not&idConteudo=31070&pIdPlc=&app=salanoticias

Resumindo:
"Vamos pingar uma moedinha pra ver se eles amansam"