segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Cartas na mesa

Comissão de auxiliares de biblioteca irá debater nossas condições de trabalho com a Coordenação do Programa de Bibliotecas na SMED




Colegas,

Hoje (20/10/09) uma comissão de auxiliares de biblioteca irá debater com a Coordenação do Programa de Bibliotecas as nossas condições de trabalho, assim como nossas reivindicações e propostas de melhoria para o conjunto dos auxiliares.

Esperamos que o Programa e a SMED tenham a sensibilidade necessária para nos escutar e assimilar nossas reivindicações e propostas!

Segue abaixo a pauta da reunião:



Conjuntura das bibliotecas escolares e de seus trabalhadores na Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte e reivindicações dos auxiliares de biblioteca

Considerando que:

A biblioteca escolar funciona como um espaço cultural e de letramento, facilitador do processo de alfabetização e exerce um papel preponderante no sistema educacional do município;

Nós, auxiliares de biblioteca, temos desenvolvido projetos de incentivo a leitura, assim como práticas pedagógicas que dinamizam o aprendizado dos alunos por nós atendidos diariamente nas escolas;

Sistematicamente tem sido atribuído às bibliotecas um papel secundário no ambiente escolar, discriminando esse espaço assim como os/as profissionais que nele trabalham.

Há um grande déficit de bibliotecários/as na RME-BH (em média, um para cada cinco escolas), assim como há um déficit de auxiliares (apenas um por turno, isso quando não há ninguém lotado para um turno específico);

Não nos é fornecido um processo de formação continuada sobre as tarefas de competência técnica e pedagógica que são demandadas no trabalho e que acabamos tendo que aprender pela necessidade e de forma empírica;

Há um grande volume de trabalho a ser cumprido nas bibliotecas escolares e que temos acumulado e exercido uma multiplicidade de papéis e tarefas que nem sempre condizem com nossa função;

Ocorre uma alta rotatividade no cargo pela falta de estímulos para permanecer no mesmo e que esta rotatividade prejudica a continuidade dos projetos e programas de incentivo e aperfeiçoamento da leitura implementados nas escolas;

O salário do auxiliar de biblioteca vem sofrendo perdas significativas, obtendo o menor reajuste salarial dentre todos os profissionais da educação, e o atual vencimento não condiz com o papel que o auxiliar exerce no processo educativo dos alunos da RME;

Há a necessidade de diminuir o abismo da cultura escolar entre auxiliares e professores/as, de forma a gerar inclusão e participação ativa na agenda político-pedagógica das escolas;


Propomos e reivindicamos:

Piso salarial para os auxiliares de biblioteca, equiparados ao dos professores municipais de nível médio (antigos P1);

Redução da jornada de trabalho de 6h para 4h30 diárias, SEM REDUÇÃO SALARIAL;

Redução do interstício para progressão por mérito para o mínimo de 913 dias, previsto pelo Estatuto do Servidor, e não por 1.095 como vem sendo aplicado pela PBH;

Reconhecimento definitivo dos auxiliares de biblioteca como trabalhadores do quadro da educação e não da administração;

Mesmo calendário da escola, com recessos pertinentes e férias coletivas em janeiro;

Especificação da PBH no nosso plano de carreira, do significado da expressão “desincumbir-se de outras funções...”;

Inclusão dos/as auxiliares nas discussões e nos projetos pedagógicos da escola;

Aumentar para dois, os auxiliares por turno, independente da quantidade de aluno (as);

Garantir que cada biblioteca possua um bibliotecário/a próprio;

Garantir que todos os turnos da escola possuam auxiliares, mesmo que existam servidores em readaptação;

Transparência na divulgação para os/as auxiliares da verba de 10% do caixa escolar aplicáveis à biblioteca, a fim de que sejam discutidas e atendidas as demandas específicas de cada biblioteca escolar;

Extensão do “vale-cultura” para todos/as trabalhadores/as em educação;

Percentual de insalubridade, dada as inúmeras doenças respiratórias a que estamos sujeitos por manusear materiais velhos e empoeirados.

Unidos, podemos e iremos romper as barreiras
que nos impedem de ter uma profissão mais digna!

8 comentários:

Rogerio disse...

Há dois anos estou na rede... e há dois anos escuto a mesma (me desculpe a palavra, mas não vejo outra) "ladainha"!
E o pior, trabalho com uma colega que tem quase OITO anos de RMBH e ela me disse que NADA aconteceu pra melhor, pelo contrário!
Um quetionamento: o que a LEILA tem a ver com qualquer uma das reinvidicações acima?????
O que ela (ou mesmo a "Exma.Sra.Sta.MACAÉ")podem fazer????
Eu respondo:
N A D A ! ! !
É perda total de tempo!
Conselho: Façam como eu: arrumem outro emprego e peçam exoneração!!!

Silene disse...

Tenho quatro anos de rede e, também vejo POUCAS melhorias voltadas a categoria. Não vejo problema em encaminhar a Coordenadoria esse documento... Porém, confesso que realmente não é a melhor via para obtenção de sucesso. Acho que a via principal seria atraves do Sindicato e principalmente do Poder Legislativo, que aprovam as mudanças. Nenhum categoria ira buscar solução p/ nós, senão nós mesmos!

Quanto a redução de jornada, acho contraditório pedir mais funcionarios por turno, ao mesmo tempo em que reduz a jornada.

Àlissom Eugênio disse...

Quando se luta por algo todas as frentes lícitas são válidas.Temos sim que lutar junto ao Sindicato,outros grupos formados e etc.
Contudo acredito que ainda que a Leila não tenha o poder de decisão para tais reivindicações,convém esclarecer todas as pessoas da nossa área o melhor possível a respeito de nossas lutas diárias e anseios a respeito de um ambiente de trabalho mais produtivo.
A revolta só pela revolta não muda nada, mas pequenas ações é bem melhor que a inatividade.(Eu não estive lá,mas aplaudo quem esteve).

Jennifer disse...

E então colegas que estiveram presentes à reunião. Como foi? Resolveu-se alguma coisa? O que foi discutido?

Alexandre disse...

Colegas, assim como o Alissom, também acho que as melhores vias são a luta e o intercâmbio com o legislativo. Também acho que nosso segmento pouco evoluiu quanto à relação com o "patrão", entretanto vou argumentar duas coisas:

1. toda a possibilidade é... possibilidade. Senão de vitória, ao menos de diálogo, fato comprovadamente tão difícil com a atual administração;

2. se não evoluímos aos olhos do "patrão", ao menos construímos nestes últimos anos uma posição mais digna do segmento na categoria. Melhorou o respeito, melhorou a relação com os colegas professor@s e muitas escolas já entendem a questão do livro didático como responsabilidade compartilhada, um dos primeiros objetivos do início de 2009. Teve a cartilha, lembram-se ? Não podemos esquecer também da construção do CLB e da aprovação pelo segmento como representante do mesmo, apesar dos inúmeros ataques que sofremos: diretos ou velados, porém sempre covardemente anônimos.

Resistimos. Lutamos e vamos chegando neste final de ano com mais respeito. Não podemos desprezar tais fatos como vitórias.

Ainda há mais ! Todas as chapas que concorrem às eleições têm representantes do nosso segmento. Uma inequívoca prova do reconhecimento que CONQUISTAMOS. Ninguém nos deu...

Para finalizar, quero parabenizar os colegas que tiveram a iniciativa. Posso concordar ou não, entretanto é sempre iniciativa e é disso que precisamos.

Vamos debater ? Vamos tentar convencer uns aos outros ? Sim !!! Mil vezes sim !!! Isto é política ! Alíás... Política, com"P" maiúsculo: sem ataques pessoais, apenas as ideias brigaram, jamais as pessoas, tripulação de um mesmo barco que - ao contrário do que os ataques desejavam - não naufragou ! Até mesmo melhorou !

O resto é luta. Sem ilusões: muita luta !

M. Elisa disse...

Ei Gente que luta!!! Estamos nessa JUNTOS!!!
Quero saber das novidades e de como foi o clima e as atitudes da Leila diante de NOSSA causa!
Abraços!!!

Anônimo disse...

O Programa de Bibliotecas pediu até 9 de novembro para dar resposta a várias de nossas pautas, inclusive sobre questões trabalhistas que vão ser analisadas lá nas devidas gerências. Sabemos que a Leila não tem poder sobre várias questões, mas como ela se comprometeu a olhar, acho que podíamos cobrar uma posição!

Mas a questão é: Já sabemos qual vai ser a resposta da SMED paras muitas das nossas questões, ou seja nenhuma, então como usar esse fato pra gerar indignação nos auxiliares e aglutinar mais gente pra compor nossa luta? Ou talvez criar um fato político que faça avançar nossas reivindicações históricas, para que ninguém tenha que se exonerar e arrumar outro emprego....

Alexandre disse...

Ser auxiliar de biblioteca é quase uma profissão de fé. Não fazemos pelo emprego público, tampouco pelo salário (aquilo é salário ?), ou pela carga horária diferernciada da maioria da categoria, muito menos por vantagens inexistentes.

Fazemos porque gostamos. Porque nos sentimos bem fazendo. Porque temos COMPROMISSO com as comunidades nas quais estamos presentes.

Por isso - e por uma questão de consciência, a luta. Trazer dignidade para tod@s @s auxiliares de bbtca. é partilhar essa dignidade com as comunidades aviltadas pelo pérfido, poder burguês estabelecido. Para o qual só interessa a desinformação e descaracterização cultural (formal e espontânea), transformando a população em massa manobrável e clientes eleitorais: ignorante de direitos e plena de deveres.

Vide os exemplos das relações do poder oficial com as sofridas e digníssimas comunidades Dandara e Camilo Torres, entre outras. A "turma de cima" (será que aquilo é estar por cima?) quer só voto. Depois... pé nos glúteos do povo.

Lutar por nossa categoria é motivo de orgulho. Participar do CLB é motivo de orgulho. Orgulho delutar por direitos, orgulho por levar informação para quem esta é vedada.

Orgulho de classe e de profissão !

Avante !